quarta-feira, 17 de setembro de 2008

A Psicologia da Dança


A dança permite restabelecer o elo com o nosso passado primitivo e distante, com a memória corporal que cada um trás dentro de nós e que pode ser actualizado através da música". (Coda Magazine, Maio de 2001).


As danças Tribais fazem reviver a experiência original através da dinâmica de grupo, que, como um corpo materno, carrega, embala e move o corpo do dançarino. São memórias vivas de uma mensagem da civilização que ultrapassa a história. A dança é eterna, tanto a antiga como a moderna. Depois de milhares de anos, de uma forma formidável e contínua, ela conta a mesma história, a da felicidade fundamental do ser humano, a de pertencer a uma comunidade humana. O isolamento é a negação do ser humano através dos anos.


Os artistas ajudaram-nos a entender que a nossa própria identidade (assim como a do futuro longínquo) depende da reintrodução na nossa sociedade moderna dos princípios de vida encontradas pelos indigenas, isto é a criação de uma ética de franqueza e abertura pelo o Outro. (Esta também é a posição que a psicanálise adopta em relação ao Outro dentro de nós, o que está escondido, o inconsciente, que só podemos aceder através da desconstrução dos personagens imaginários; que devemos descamar um a um, dissecando-os para chegarmos ao coração, ao nosso âmago mais enterrado).


A função terapêutica está neste movimento de descontrução-reconstrução do primitivismo e encontrasse ligada ao processo poético ou aos processos primários descritos por Freud. No entanto, em contraste com psicanálise, "dança é uma terapia sem divã, que se faz entre outras espécies, mais democrática e mais acessível! Todo o mundo pode beneficiar e rapidamente…Traz prazer sem perigo, solta sem a auto-destruição, ao contrário da droga e o uso do álcool," (France Schott Billmann, Paris Match nº 2892, 27 de Outubro de 2004)


"A Dança tem as suas virtudes — liberta, unifica, põe em contato, reune-se e junta o que está desfeito. Indo um pouco mais além, podemos dizer que ela cura. Essa é a razão pela qual a terapia da dança está em voga nos hospitais. Praticado desde de 1950, o movimento é usado para libertar tensões, canaliza e reorienta os ímpetos. Acalma e elimina os comportamentos agressivos e tranqüiliza as personalidades psicóticas e fóbicas," (France-Soir, 28 de Novembro de 2001).


Em conclusão, podemos dizer que a dança, por transmitir ao mesmo tempo prazer e regras, é de fato uma arte estruturante que reforça a construção de uma identidade e que constitui uma terapia particularmente eficiente.


France Schott Billmann

2 comentários:

Cris disse...

Alegria, libertação
Um sorriso nos lábios
e quente no coração!

Muito obrigada, linda Inês, por me teres mostrado, levado e ensinado a esse mundo, onde mais como nós, partilhamos e celebramos a Vida!

Namaste

Cecolia disse...

Adorei!